terça-feira, 13 de janeiro de 2009

7

Sei o que estão a pensar ao ler o título, mas nem sequer vou falar dessa merda. O 7 explicarei mais tarde.....

Hoje, tal como muitas outras vezes, sentei-me em frente ao pc, terminei as insignificâncias de sempre e a vontade de ouvir música levou novamente a melhor. Então aqui me encontro a olhar para estes gajos, a ouvir a musica deles e a pensar em mim.

Aquilo que eu mais temia aconteceu.
Iniciei a minha actividade profissional.
Aquilo que eu sempre pensava que ia conseguir evitar, apanhou-me de tal maneira desprevenido que me agarrou pelo pescoço e me estrangulou nesse preciso instante.

Eu ... que sempre tentei fugir a modas e estilos, que sempre tentei andar como gostava e não como os outros gostavam de me ver, que deixei crescer o cabelo por gosto, por me fazer sentir parte de algo que me diz muito .......

Eu ... que agora diariamente me visto sempre da mesma forma, como manda a PUTA da sociedade de trabalho, a MERDA da etiqueta do mundo dos crescidos, esse CARALHO dessa postura que tantos acreditam ser a melhor ..... com a qual não me identifico minimamente e não me faz ser outra pessoa completamente diferente do que sou.

Porque não posso ter a liberdade de andar como quiser e me apetecer? Será que isso afecta o meu desempenho final? Que merda de hipocrisia pegada...... que sociedade mais nojenta e desprovida de qualquer toque pessoal ......

Somos autenticas máquinas no mundo empresarial.
É bem verdade e concordo plenamente com quem diz que no fundo, somos apenas números.
Somos números dentro de uma empresa, a ajudar essa empresa a obter mais e maiores números. Quando nos pedem para nos identificarmos, não somos o nome que está escrito no BI, somos o número. Quando estamos à espera da nossa vez, não somos nós que somos chamados, é o número.

Foi para isto que perdi os melhores anos da minha vida?
Para me tornar um mero robot, um simples automato como todos os outros.
Andei a perder 20 anos da minha vida a estudar, para que possa vir alguém e tomar decisões que impliquem sériamente o meu futuro? Só porque o meu número, não está a ajudar os números que esse alguém quer?

Se foi para isto, acho que já vivi o suficiente.
Tudo o que se avizinha daqui para a frente, já está mais que visto...... tirando um detalhe ou outro, que acabam por ser consumidos no meio do eu - o número.

Onde está a liberdade? Onde está a hipotese de escolha? Onde estou eu?

... estou aqui a escrever umas parvoíces, a gozar estes minutinhos em que me posso sentir eu e posso sonhar com aquilo que poderia ser..... se não fosse um número.

Falando em números......
Momento nerd do blog e deste ano: Ja andei a brincar com o Windows 7. E gostei.

Um bom Dois Mil e Nove para todos vocês. Para que este ano não seja mais um número apenas, de um ano que começa agora a passar por nós.

P.S. para os curiosos, os gajos que estão para aqui a dar-me música são os Opeth, com a música Master's Apprentices. Aprecio a aparente liberdade destes gajos... já que são o que querem ser e mais nada!

2 comentários:

FM disse...

Hmmmm pareces daqueles gajos do bloco de esquerda ou do PC....

Meu amigo, a vida é assim, só não acredito que precisaste de vinte-e-tal-anos para descobrir certas coisas e que ainda te consegues desiludir com isso.

É tão bom trabalhar de calças rotas e t-shirt...ehehe so tento nao ir assim para os clientes ;)

ahhhhh não cortes os pulsos

João Almeida disse...

Olé!

Maior, eu ando de fato! e curto tótil :)

Eu sou ingénuo e sofre de PDM, portanto não me sinto um número. Acredito que existem certas coisas que podemos mudar neste mundo empresarial... temos de dar o nosso toque pessoal a tudo isto. Por exemplo, obrigam-me a ir de fato? tudo bem... mas o cabelinho vai com uma pompa de fazer inveja ao Fonzie.

Dex... eu sou utópico, portanto... se não tás bem, muda-te! mas será que esta é a melhor altura para mudar? não sei...